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Como Surgiu o Sistema Capitalista


Sistema Capitalista - Capitalismo

O Sistema Capitalista


Assim, é preciso entender a origem do mesmo e as diferenças para a perspectiva socialista. Não há um pleno consenso entre autores sobre o surgimento do capitalismo, sendo uma análise complexa e conjuntural do sistema. Não há um marco para esta transição, sendo uma gradativa evolução para a troca do, até então vigente, feudalismo.


Muitas foram as transformações necessárias para se alcançar o grau de evolução que existe hoje. As mudanças foram além das relações de trabalho como, por exemplo, os mecanismos financeiros e a própria moeda no sistema instaurado e, assim, são diversos os aspectos observados nessa transição.


A servidão foi a forma de trabalho e de existência no modo feudal de produção, e que sendo assim, toda forma de produção excedente ao qual o servo estava subordinado deveria ser cedido ao senhor feudal já que a relação entre as partes era de trocas de trabalho por moradia.


Aos poucos esta relação foi se alterando e a prestação de serviços feudais tendeu a desaparecer.


Também é necessário analisar que na Europa do séc. XIII, a relação da aristocracia que estava emergindo nas cidades, e a transição dos modelos de renda do campo para a cidade estavam corroborando para novas formas de sistema capitalista, como por exemplo, prestação de serviços em troca de capital, locação de bens, entre outras práticas que estavam surgindo.


Este sistema acaba por ser muitas vezes predatório, ou seja, quem tem capital comanda e acumula cada vez mais, enquanto quem não tem trabalha para sobreviver. Será que existe escapatória?


Há quem diga que existe meritocracia onde cada um é recompensado pelo seu esforço. Claro que concordo com essa ideia, mas é preciso considerar também que as facilidades são muito maiores para quem tem abundância de recursos, fazendo assim com que a meritocracia seja adquirida de forma mais fácil para estes.



Para explicar vou argumentar com um exemplo, imagine que um indivíduo pobre, trabalhador full time, vive em uma moradia precária, com pouca ou nenhuma atenção familiar, se esforce para passar em um exame dificílimo. E agora um indivíduo rico, com uma excelente moradia, atenção e recursos suficientes para ficar só estudando. O esforço de ambos é igual em relação ao estudo, porém as situações em que cada um se encontra determinam a facilidade do estudo, ou seja, o indivíduo que consegue estudar com mais tranquilidade, conforto e abundância de recursos, provavelmente sairá melhor mesmo tendo estudado com mesma intensidade que o oponente. Por isso, se esforce ao máximo em qualquer situação, talvez você esteja em uma posição muito privilegiada na vida e só reclama hein!


O capitalismo cria essa discrepância de realidades, ou seja, uma assimetria muito grande entre os que têm e os que não têm. Mas o que fazer para melhorar? A ideia seria com o surgimento do Estado de bem estar social onde o indivíduo desprovido de recursos seria amparado pelo Estado.


Sob uma perspectiva evolucionista, o sistema capitalista tem como progresso histórico a viabilização de maiores recursos para aqueles menos favorecidos de capital com a criação do Estado de bem estar social. A redistribuição moderna e, em especial, o Estado social estabelecido nos países ricos ao longo do século XX foram construídos em torno de um conjunto de direitos sociais fundamentais, como por exemplo, educação, saúde e aposentadoria. De fato, existem necessidades objetivamente crescentes em termos de formação e de saúde.


A redistribuição moderna não consiste na transferência de riqueza dos ricos para os pobres. Ela consiste em um financiamento dos serviços públicos de forma mais ou menos igualitária para todos. A redistribuição moderna é construída em torno de uma lógica de direitos e um princípio de igualdade de acesso a certo número de bens julgados fundamentais.


Assim, o Estado moderno providenciaria o essencial para o ser humano tornando a competição pela ascensão no sistema capitalista menos assimétrica.


Contudo, é claro que não existe uma maneira simples de atingir uma igualdade verdadeira de oportunidades, trata-se de um desafio central para o Estado social.


De qualquer maneira, quaisquer que sejam as limitações e os desafios que esses sistemas de arrecadação e de despesas enfrentam no sistema, eles representam um imenso progresso histórico. Partindo deste preceito, um dos objetivos das instituições educativas e das despesas públicas de educação é possibilitar certa mobilidade social, e assim, corroborar para a ascensão das economias mundiais com crescimento conjunto dos indivíduos nacionais.


A taxa de arrecadação pública dos países ricos é em torno de 40% da renda nacional, enquanto às dos países pobres é em média 15%. Essa distinção demonstra que a evolução na construção do Estado social também é em parte um progresso advindo do Estado fiscal o qual é essencial para o desenvolvimento.


A maior parte das experiências históricas sugere que com apenas 10%-15% da renda nacional em receitas fiscais é quase impossível ir muito além das funções soberanas tradicionais do Estado, pois não há dinheiro que sobre para educação e saúde.


Impostos no Sistema Capitalista


Na teoria, há a ideia de uma sociedade onde a partir dos impostos, os mesmos representariam de maneira transparente, eficaz e aceita por todos, sendo utilizados para financiar as necessidades e os investimentos julgados prioritários, como por exemplo, educação, saúde, energia limpa e desenvolvimento sustentável, entre outros pontos chave.


O imposto não é bom, nem ruim em si, tudo depende da maneira como ele é arrecadado e do que se faz com ele. O desenvolvimento de um Estado fiscal e social está intimamente ligado ao processo de construção de um Estado por si só.


Por outro lado é preciso também enxergar a realidade dos empreendedores, daqueles que tem capital e precisam investir para gerar mais renda e empregos no local onde estão instalados. Mesmo tendo recursos, assumem riscos que determinam seus rendimentos.



O ritmo acelerado da expansão comercial nos países industrializados força os demais a inovarem também para acompanhar o desenvolvimento tecnológico.


Interessante analisar que a competitividade instaurada nesse mecanismo força o sistema à constante inovação, bem como a busca por melhorias e aprimoramentos. Sob essa perspectiva, o avanço capitalista corrobora para a constante melhoria da tecnologia e avanços científicos, uma vez que a competitividade é aumentada no mundo globalizado.


O que se observa na atualidade que esse mesmo modelo capitalista corrobora para os detentores de capital acumular cada vez mais e, assim, monopolizar alguns seguimentos de mercado e influenciar tomadas de decisão também em níveis políticos, permeando os diversos níveis públicos, defendendo seus interesses. Desse modo, setores são favorecidos e influenciados por elites dominantes, fazendo com que os mesmos permaneçam no poder.


Em outra perspectiva, se faz a análise da ideologia liberal em que o mercado auto-regulado teria condições de se desenvolver a partir da iniciativa privada com pouco ou nenhuma intervenção estatal, se desenvolvendo e contrabalançando essas assimetrias. Dessa teoria deriva grande discussão sobre o assunto, pois é evidente que se faz necessário um Estado interveniente regulando o aparato econômico, pois, o que de fato acontece, é que os mais privilegiados no sistema tomam sempre posições favoráveis aos seus próprios interesses.


Sistema Capitalista e os Pequenos Empresários


Fundamental para o assunto à medida que os pequenos empresários precisam de ajuda financeira também, e através de incentivos públicos, se faz a base para o progresso econômico, criando-se assim oportunidades equânimes para todos. Como por exemplo, a criação de iniciativas públicas para o financiamento de novas empresas e inovação tecnológica.


Neste mecanismo capitalista as oportunidades são criadas e livres para serem tomadas. O indivíduo em seu estado de liberdade, considerando o caráter normativo e as regras gerais da sociedade, pode ascender e prosperar em termos econômicos. O mesmo pode ser considerado com empresas pequenas e de médio porte que queiram alcançar o sucesso das grandes corporações, bem como transportando essa ideologia para as relações internacionais, percebe-se a busca constante dos Estados pelo progresso e maximização de poder no sistema internacional.


Contudo, as possibilidades de expansão e crescimento profissional estão atreladas ao meio em que se situam tais exemplos. Prosperar em meio a conturbações financeiras e instabilidades políticas é um grande desafio.


Assim, o Estado soberano no sistema anárquico fica subordinado às suas capacidades produtivas e de interação com os demais atores, pois sem capacidades de desenvolvimento tenta aproximar-se dos demais para em certa medida prosperar com cooperação.


Muito tem se desenvolvido, e é possível se dizer que é um avanço no sentido de que a mão de obra está livre para vender sua força de trabalho e almejar sempre melhores condições no sistema, entretanto, em uma economia cada vez mais assimétrica se faz necessário um papel mais ativo do Estado para com o individuo, fornecendo bens considerados fundamentais. Assim, o mecanismo se mantém e auxilia aqueles menos favorecidos de capital, mas que ao mesmo tempo tem capacidade de ascensão, bem como ao nível Estatal que através de um longo processo de reestruturação industrial e de incentivos ao comércio internacional pode ter uma posição privilegiada no sistema mundial.


O capitalismo nos proporciona certa liberdade de atuação, e isso é muito bom, mas precisamos achar meios para que o bem estar coletivo esteja em harmonia e seja sustentável no longo prazo.







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